Especial • Preço do café
Como o clima está deixando o café mais caro
Do campo à xícara, a mudança climática mexe com produtividade, qualidade e custos — e isso aparece no preço final.
Em poucas palavras
O clima está mudando rápido e isso afeta o café do campo até a xícara: mais calor, chuva fora de hora, pragas em alta e menos áreas boas para plantar. Produzir fica mais difícil e mais caro. No fim, o preço sobe.
O que está acontecendo no campo
Calor demais na hora errada
O arábica prefere clima ameno. Calor excessivo na floração derruba a frutificação; mais ondas de calor aceleram o amadurecimento e reduzem a qualidade.
Chuva desajustada
Entre jan–mar, a planta precisa de água para encher os grãos. Falta de chuva gera frutos murchos; excesso perto da colheita aumenta fermentação e perdas.
Pragas e doenças em alta
Calor e variações bruscas favorecem broca e ferrugem. Monitoramento e controle ficam mais intensos — e mais caros.
Menos abelhas, menos frutos
Queda de polinizadores reduz frutificação. Em alguns locais, é preciso auxiliar a polinização — trabalho e custo extras.
Áreas aptas encolhendo
Com o aquecimento, regiões sobem a serra em busca de temperaturas mais baixas. Montanha implica menos área, mais manejo e logística.
Por que o preço sobe
Produzir ficou mais caro
Mais irrigação, sombreamento, manejo de solo, controle biológico e ajustes pós-colheita.
Menos café de qualidade
Produtividade menor e maior variabilidade entre safras reduzem oferta e elevam incerteza.
Efeito Brasil no mundo
Quando o maior exportador tem problema, a bolsa reage; isso chega ao atacado e ao varejo.
Além do clima, câmbio, frete e movimentos de curto prazo também influenciam o preço final.
O que estamos fazendo para proteger a sua xícara
Plantio mais resiliente
Mais sombra, sistemas agroflorestais, conservação de solo e água e variedades tolerantes ao calor.
Cuidado mais preciso
Irrigação inteligente, monitoramento climático e soluções biológicas para reduzir perdas.
Parceria com quem produz
Acordos de longo prazo, bônus por qualidade e apoio técnico para adaptação.
Consistência no sabor
Ajustes de torra e blends para manter doçura, corpo e acidez mesmo em safras difíceis.
O que vem pela frente
- Preços devem seguir firmes enquanto as lavouras se adaptam.
- Mais valor para cafés de origem e microlotes bem trabalhados.
- Mais transparência sobre origem e métodos de produção.
Como ajudar a cadeia do café
- Priorize cafés com origem clara e práticas sustentáveis.
- Assinaturas mensais dão previsibilidade ao produtor.
- Experimente cafés de altitude e novas origens dentro do Brasil.
Se o café ficou mais caro, não foi a receita que mudou: foi o clima. Nosso compromisso é manter a experiência na xícara — saborosa, consistente e com impacto positivo do campo ao consumidor.